Parece até filme de terror. Navios aparentemente inofensivos, circulando pela costa do país. Neles, passageiros sorridentes loucos para aproveitar as férias embarcam sem ter noção do que os espera.
O take é cortado para outra cena. Já está escuro e aparentemente nada de estranho está acontecendo. Mas quando mesmo se espera, alguém começa a passar mal. Vai ao ambulatório médico e ali, na porta, descobre que tem que pagar para ser atendido. Sim, a caipirinha é de graça, mas o médico nunca! O desespero aumenta, mas a auxiliar é irredutível. Ou paga, ou vai morrer ali mesmo.
O passageiro desesperado corre para sua cabine em busca de dinheiro. É inútil tentar encontrar algum parente dentro daquele monstro imenso. Ele está suando, o mal estar está cada vez maior. Mas mesmo assim, só é atendido depois de entregar os dólares e assinar o recibo.
Quando ele acha que tudo vai dar certo, se depara com o médico. Um estrangeiro! Porque não basta pagar tudo em dólar, tem que ser atendido por um “cucaracha” qualquer que nem entende o português.
No final, é medicado. Mas não dá certo. Ele continua passando mal. E o fim é o de todo filme de terror. Que assim como comédias românticas com finais previsíveis, todos sabemos como vai ser a cena derradeira.
Pode parecer brincadeira, mas desde que o verão começou todos os dias o jornal traz notas tristes sobre cruzeiros. Mortes, intoxicação alimentar, acidentes, abuso de bebida e drogas (em cruzeiros estudantis!). Onde estão os orgãos da Polícia Federal e a Vigilância Sanitária para resolver isso? Vão esperar morrer mais quantos para dar fim nessa pouca vergonha? Só no Brasil mesmo…